Caracterização de cada componente:
Bactérias: são micro-organismos vivos unicelulares, procariontes, não possuem carioteca nem organelas delimitadas por membranas. Pertencem ao domínio Bactéria. Algumas causam doenças, mas muitas são importantes para o equilíbrio ecológico. Podem ter diversas formas, como coco, bacilo, espirilo, vibrião.
Gram-positivo e negativo: essa classificação refere-se à coloração de Gram, que recebe este nome devido ao patologista que desenvolveu o método de coloração, que permite que as bactérias sejam visualizadas no microscópio óptico.
O procedimento permite que as bactérias retenham a cor com base nas diferenças nas propriedades químicas e físicas da parede celular. De fato, o uso dos corantes permite aumentar o contraste e evidenciar a estrutura bacteriana. São três principais etapas:
· Coloração com violeta de cristal (um corante solúvel em água, roxo);
· A descoloração (utilizando etanol / acetona);
· A contra-coloração (utilizando corante Safranina, vermelho).
Gram-positivas: retém o cristal violeta devido à presença de uma espessa camada de peptideoglicano em suas paredes celulares, apresentando-se na cor roxa.
Gram-negativas: possuem uma parede de peptideoglicano mais fina que não retém o cristal violeta durante o processo de descoloração e recebem a cor vermelha no processo de coloração final.
Proteínas de superfície: proteínas da membrana plasmática, localizadas na periferia dela, ou seja, não atravessam a estrutura e estão indiretamente ligadas a ela, São responsáveis por muitas funções especializadas; algumas agem como receptores que permitem que a célula responda a sinais externos, algumas são responsáveis pelo transporte seletivo de moléculas através da membrana, e outras participam no transporte de elétrons e fosforilação oxidativa. Além disso, controlam as interações entre as células de organismos multicelulares.
Membrana Plasmática: Todas as células apresentam essa estrutura, que funciona como uma barreira a impedir tanto a saída do conteúdo celular para o meio quanto o fluxo de qualquer partícula para o interior da célula. Essa característica mostra, portanto, uma importante capacidade de seleção.
É caracterizada como bicamada fosfolipídica com a presença de proteínas. Há movimentação dos lipídios e, por isso, a membrana não é estática.
As moléculas de fosfolipídios apresentam grupamentos não polares (hidrofóbicos, isto é, que não absorvem água) e grupamentos polares (hidrofílicos, isto é, que retêm água). Os grupamentos não polares ficam voltados para o centro da membrana plasmática, e os polares ficam voltados para as superfícies externas e internas da membrana.
Fosfolipídeos: são lipídios que em sua estrutura possuem, além de ácido graxo e glicerol, ácido fosfórico (fosfato) e uma molécula nitrogenada. Apresentam duas grandes “caudas” de ácidos graxos hidrofóbicas e uma cabeça hidrofílica (polar) que contém fosfato. Portanto, os fosfolipídios são moléculas anfipáticas (contém uma região hidrofílica e outra hidrofóbica).
Quando se misturam com água os fosfolipídios adotam espontaneamente a organização em bicamada: as cabeças polares no exterior e as caudas apolares no interior.
Ácido teicóico: se encontra em bactérias gram-positivas na parede celular, compostos por glicerol-fosfato ou ribitol-fosfato. São eletricamente carregados, para facilitar a ligação e regulação de entrada e saída de cátions na célula, aumentam a rigidez e se ligam com íons de cálcio e magnésio. Também apresentam outras funções tais como regular a atividade das autolisinas durante o processo de divisão celular; constituir sítios receptores de bacteriófagos; servir de sítio de ligação com o epitélio do hospedeiro em algumas células patogênicas; constituir importantes antígenos celulares tornando possível a identificação sorológica de muitas bactérias Gram-positivas.
Ácidos lipoteicóicos: são produtos do ácido teicóico, que pode ser covalentemente ligado a lipídeos da membrana, e então passa a ser chamado de ácido lipoteicóico. O ácido lipoteicóico se liga de forma covalente com os peptidoglicanos, e juntos se ligam às membranas celulares de linfócitos e macrófagos causando ativação celular. Também podem ativar a cascata do complemento, levando a inflamação pulpar e periapical.
Peptidoglicano: é um polímero constituído de açúcares e aminoácidos que forma uma camada semelhante a uma malha, do lado de fora do citoplasma, a parede celular das bactérias. O peptidoglicano tem um papel estrutural na bactéria, dando firmeza a parede celular e contrabalançando a pressão osmótica do citoplasma. Também está envolvido na fissão binária durante a reprodução da célula bacteriana. Presente em mais quantidade nas bactérias Gram-positivas. Alguns antibióticos como a penicilina atuam mirando eles, dificultando a sua produção e impedindo a reprodução por fissão binária.
Lipopolissacarídeos (LPS): constituem 30% do envelope celular das bactérias Gram-negativas. Os LPS são endotoxinas e responsáveis pela patogenicidade das bactérias. Os LPS são responsáveis pela ativação de diversas respostas imunológicas, mas são antígenos fracos e não específicos, sendo assim neutralizados por anticorpos, ainda assim causando diversas reações em nosso corpo.
Lipoproteínas: encontram-se nas bactérias Gram-negativas, estão ligadas de maneira covalente ao peptidioglicano e não covalente à membrana externa. A função delas é estabilizar a membrana externa e prende-la a camada de peptidioglicanos.
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