Malária:
Essa doença é causada por protozoários do gênero Plasmodium que pertencem ao grupo dos Apicomplexos. Os apicomplexos tem como características:
· São todos endoparasitas, ou seja, vivem dentro de outros animais se alimentando a preço deles.
· Não apresentam estrutura de locomoção.
· Possuem, no entanto, uma estrutura em certos momentos de sua vida, chamada complexo apical, que localiza-se no pólo anterior de seu corpo alongado e destina-se a fixação e penetração nas células dos hospedeiros.É daí que se deriva o nome do grupo.
· Movimentam-se sendo levados pelo fluxo de líquidos de onde vivem.
A malária é transmitida ao homem através da picada de fêmeas infectadas do mosquito Anopheles, que são hematófagas.
Do ponto de vista epidemiológico, ou seja, aquelas que apresentam risco como agente transmissor encontradas no Brasil são : Anopheles (Nyssorhynchus) darlingi, Anopheles (Nyssorhynchus) albitarsis lato senso, Anopheles (Nyssorhynchus)aquasalis, Anopheles (Kertezsia) cruzii, Anopheles (Kertezsia) bellator.
E produzem quais formas da doença?
No Brasil temos 3 espécies de protozoários causadores da doença, Plasmodium falciparum, P. vivax e P. malarie. Anopheles darlingi é capaz de transmitir ao homem Plasmodium falciparum, P. vivax e P. malariae. O complexo de espécies Anopheles albitarsis, baseado em estudos em laboratórios, sabe-se que tem compatibilidade com Plasmodium vivax, quanto para Plasmodium falciparum.
A Profilaxia coletiva pode-se dar por várias maneiras, pode-se combater o vetor adulto, borrifando inseticida em paredes de regiões com concentração, para matar o mosquito adulto após ele realizar o repastosangüíneo, para o qual costuma pousar nas paredes. A também a abordagem de extermínio as larvas, com larvicidas colocados na água, mas em regiões como a Amazônia com rios gigantescos é ineficaz. Agentes de controle biológicos como bacilos e peixes larvófagos tem se mostrado caro e não deu os resultados esperados também. O saneamento básico como sempre, para evitar regiões alagadas para proliferação do vetor é muito eficaz. Assim como melhoria nas habitações e na educação de regiões, para melhorar a proteção dos habitantes e seus hábitos contra o agente transmissor.
Doença de Chagas:
Também conhecida como Tripanossomíase Americana ou chaguismo, é uma doença causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi , parasita encontrado em fezes de insetos, principalmente do barbeiro.
O Trypanosoma cruzi pertence à família Trypanosomatidae.
A transmissão da doença ocorre por meio do contato com as fezes dos insetos infectados, também podendo acontecer em razão da digestão de alimentos contaminados. Mulheres grávidas podem transmitir a doença aos filhos durante a gravidez e a transfusão sanguínea ou doação de órgãos de uma pessoa infectada para uma saudável também transmite a doença.
As formas de prevenção consistem em evitar a formação de "colônias" de insetos transmissores, utilizar telas e mosquiteiros para impedir a entrada desses insetos e medidas de proteção individual como roupas longas e repelente para atividades noturnas em matas
Leishmaniose:
Doença infecciosa, causada por protozoários parasitas do gênero Leishmania. Seu gênero é dimórfico, apresentando duas formas principais: a Amastigota, forma intracelular encontrada no hospedeiro vertebrado; e a Promastigota, forma flagelada presente ainda no vetor.
A transmissão é feita pela picada de insetos hematófagos (que se alimentam de sangue) da subfamília dos flebotomíneos. Inicialmente são injetados promastigotas metacíclicos através da probóscide do vetor fêmea infectado. Após, há um processo de fagocitose dos promastigotas pelos macrófagos e outras células mononucleares fagocíticas transformando-os em amastigotas, que se multiplicam por divisão simples podendo levar ao rompimento da célula e, assim, a disseminação e infecção de outras células do sistema mononuclear fagocítico. O ciclo se renova, quando flabotomíneas alimentam-se do sangue do hospedeiro, ingerindo macrófagos infectados por amastigotas. Posteriormente, os macrófagos se rompem no estomago e os amastigotas transformam-se em promastigotas, que migram para o instestino e colonizam o piloro e o íleo virando paramastigotas. Elas, então, se aderem ao epitélio e se reproduzem transformando-se novamente em promastigotas e migram de volta para o estômago e depois para a faringe (promastigotas metacíclicas). Por fim as flabotomíneas passam a ser vetores da doença quando os promastigotas chegam à probóscide.
As principais espécies de vetores são do gênero Phlebotomus e Lutzomyia. As mais conhecidas são popularmente chamadas de mosquito-palha, birigui, cangalha e tatuguira.
Existem duas principais formas da doença: a Leishmaniose Cutânea e a Visceral.
A Leishmaniose Cutânea ou Tegumentar (conhecida como “ferida brava”) é caracterizada pela aparição de pápulas (elevação da pele) feridas na pele inicialmente em superfícies descobertas do corpo, mas, mais tarde, podem ocorrer também na mucosa da boca, do nariz e da garganta. Costuma apresentar primeiramente uma ou varias feridas pequenas, com fundo granuloso e purulento, bordas avermelhadas e quase sempre indolores. Elas vão aumentando de tamanho e demoram a cicatrizar. No Brasil, há sete espécies dos protozoários que causam a forma Tegumentar, mas as mais importantes são: Leishmania (Vianna) guyanensis, e Leishmania amazonenses e L. (V.) brasilienses.
A Leishmaniose visceral, conhecida também como Leishmaniose calazar, esplenomegalia tropical ou febre dundun, é uma doença que acomete vários órgãos internos, principalmente o fígado, a medula óssea e o baço. Ela é causada pelo protozoário Leishmania chagasi e tem como principais sintomas a febre de longa duração, aumento do fígado e baço, perda de peso, fraqueza, redução da força muscular e anemia. É a Leishmaniose mais temida, pois, caso não seja tratada, pode levar a óbito em até 90% dos casos. Além disso, essa forma da Leishmaniose é bem mais frequente em crianças de até dez anos. Caso os sintomas sejam apresentados, deve-se ir ao médico imediatamente. O diagnóstico pode ser feito por um Clínico geral ou um Infectologista.
Como forma de prevenção contra as Leishmanioses faz-se diversas recomendações, dentre elas estão: evitar construir casas e acampamentos em áreas muito próximas à mata; evitar banhos de rio ou de igarapé, localizada perto da mata; instalar talas protetoras de insetos em janelas e portas; usar mosquiteiros para dormir; mantar a casa higienizada; ter cuidado com a saúde de seu cão, pois é o principal hospedeiro urbano da doença: vaciná-lo contra a leishmaniose anualmente e utilizar coleiras com princípios ativos contra mosquitos e parasitas que contenham uma média de efetividade de quase 100% na proteção.
Amebíase:
A amebíase é uma infecção do intestino grosso e, por vezes, do fígado e outros órgãos, que é causada pelo protozoário unicelular Entamoeba histolytica, uma ameba que possui dois estágios evolutivos: cisto e trofozoíta. Os cistos são a forma infectante, sendo adquiridos por meio da ingestão de água ou alimentos contaminados por fezes. Ela é bastante comum em áreas do mundo onde o saneamento básico é deficiente, permitindo que alimentos e água sejam expostos à contaminação fecal.
O parasita Entamoeba histolytica, que libera cistos que são uma forma relativamente inativa do parasita e que pode viver por vários meses no ambiente em que foram depositados, geralmente nas fezes, no solo e na água, entra no organismo principalmente por meio da ingestão de água ou comida contaminadas. Esse parasita também pode entrar no corpo por meio do contato direto com a matéria fecal.
Cerca de 80% dos portadores são assintomáticos, sendo essa a principal dificuldade para a diminuição do número de casos. Essa doença mata aproximadamente 100 mil pessoas por ano, sendo a segunda maior taxa de mortalidade por parasitose no Brasil. Apesar desse alto indice de mortalidade, os mais ameaçados por esta infecção são os alcoolatras, pessoas portadoras de cancêr, crianças e ídosos, pessoas desnutridas, etc.
A Amebíase é diagnosticada por meio de exame de fezes e exames laboratoriais para verificar a função hepática para determinar se houve danos ao fígado. Mas seus sintomas podem ser leves: cólicas abdominais, evacuação de fezes pastosas com muco e sangue ocasional, fadiga gases em excesso, dor retal durante evacuação (tenesmo) e perda de peso involuntária; ou graves: Sensibilidade abdominal, evacuação de fezes líquidas, às vezes com sangue, evacuação de dez a 20 vezes por dia, febre e vômitos.
Seu tratamento pode ser feito com três tipos de amebicidas: os que atuam diretamente na luz intestinal, os tissulares que atuam no intestino e no fígado, e por aqueles que atuam tanto na luz intestinal quanto nos tecidos. Além da medicação, é necessário melhorias nos hábitos de higiene alimentar. Para evitar esse mal, os principais métodos são: melhoria da condição sanitária com saneamento básico e educação da população sobre essa doença.
Referências:
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/infec%C3%A7%C3%B5es-parasit%C3%A1rias-protozo%C3%A1rios-intestinais-e-microspor%C3%ADdios/ameb%C3%ADase
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/amebiase
NEVES, David Pereira. Parasitologia Humana. 12ª edição. São Paulo. Editora Atheneu, 2011.
OLIVEIRA, de Miguel. Amebíase. Fundação Oswaldo Cruz. Disponível em: http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=90&sid=8. Acesso em: 01 de maio de 2017.
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