BACTÉRIA:
O domínio Bactéria é composto por organismos unicelulares e procariontes e pode ser divididos em dois reinos: Arqueobactérias e Eubactérias. As diferenças entre eles consistem no fato de que as primeiras não possuem peptideoglicanos na parede celular, conseguem produzir metano como resíduo do metabolismo e têm capacidade de sobreviver em ambientes extremos de vida. Eubactéria: Arqueobactéria:
EUBACTÉRIAS:
As Eubactérias têm sua membrana plasmática recoberta pela parede celular e, em algumas espécies, há a presença de uma cápsula. A parede celular é que auxilia na classificação das Eubactérias, uma vez que são responsáveis pela suscetibilidade a doenças e coloração pelo método de Gram. As Gram-positivas são sensíveis à sulfa e possuem parede formada basicamente de uma só camada, colorando de cor violeta na Coloração de Gram; as Gram-negativas são sensíveis à penicilina, possuem parede formada de duas camadas e ficam com cor rosa ao serem coradas. Essas últimas são consideradas mais perigosas, uma vez que suas paredes são menos permeáveis a antibióticos.
Os formatos variam de acordo com a espécie, podendo ser espiralado, esférico ou cilíndrico. A maior parte das espécies obtém o alimento pelo processo de absorção. A reprodução ocorre por bipartição (forma assexuada). Muitas são patogênicas (causadoras de doenças em seres humanos e animais). Algumas espécies produzem endósporos, que são estruturas de resistência. Estes endósporos permanecem no ambiente até infectar uma pessoa. Algumas espécies realizam a fotossíntese. Habitam o solo, as águas e tecidos de outros organismos (vivos ou em decomposição).
ARQUEOBACTÉRIAS:
O RNA das Arqueobactérias assemelha-se mais ao dos eucariontes do que das bactérias, suas paredes celulares são constituídas de polissacarídeos, glicoproteínas ou proteínas, não apresentando peptideoglicanas, que são substâncias presentes na constituição das paredes das bactérias. Os lipídios de suas membranas também são diferentes dos presentes nas membranas dos demais seres vivos.
A maioria das arqueas são autotróficas quimiossintetizantes. Essa característica permite que elas vivam em locais extremos, onde muitos outros organismos não sobreviveriam. Geralmente esses organismos apresentam características que não só os permitem sobreviver nesses ambientes, como também parecem melhorar em ambientes extremos. Assim, eles são chamados de extremófilos.
Embora sejam conhecidos por viverem em regiões extremas, alguns organismos vivem em ambientes moderados, como pântanos e vísceras de herbívoros, sendo chamados de metanogênicos, pois utilizam hidrogênio para reduzir o gás carbônico e produzir metano.
DOENÇAS BACTERIANAS:
Grande parte das doenças humanas conhecidas são provocadas pelas bactérias. A maioria dessas são transmitidas pelo ar ou então quando o indivíduo ingere algum alimento que contenha a bactéria. As reações e manifestações do problema podem acontecer das formas mais variadas.
As principais doenças causadas por bactérias são bem conhecidas, entre elas: tétano, meningite e coqueluche. Algumas das principais DSTs também são causadas pelas bactérias, como é o caso da sífilis.
Os antibióticos são os medicamentos mais utilizados para o tratamento desse tipo de doença, entretanto, eles só devem ser usados quando forem receitados pelo médico. Diferentes tipos de vacinação estão disponíveis como método preventivo. Também existem outras formas de prevenção, como: manter as mãos sempre higienizadas e os alimentos também, principalmente frutas e saladas. No caso das DSTs, é recomendado o uso de preservativos como meio de prevenção.
TÉTANO:
É causado pelo Clostriduim tetani, que se localiza no solo e penetram na pele através de lesões profundas. As toxinas liberadas pela bactéria causam fortes contrações musculares. Se não for tratada a tempo pode levar à morte por parada cardíaca e respiratória. O tratamento consiste na aplicação de soro antitânico no ferimento e também na remoção do tecido danificado, para evitar a expansão da toxina pelo corpo. A prevenção consiste na vacinação.
MENINGITE:
Os agentes causadores dessa doença podem ser Neisseria meningitidis, Hemophilus influenzae ou Streptococcus pneumoniae. As bactérias provocam inflamação nas meninges, causando febre alta, dores de cabeça intensas, rigidez no pescoço e vômitos, podendo levar à morte. A contaminação ocorre quando um indivíduo inala pelas vias respiratórias partículas de saliva ou secreção nasal de uma pessoa doente. A prevenção é evitar aglomerações em ambientes pouco ventilados, além da vacinação. O tratamento é feito com antibióticos.
COQUELUCHE:
Causada pela Bordetella pertussis, afeta principalmente crianças. Inicialmente, parece um resfriado, mas depois começa uma tosse intensa. Essa é ocasionada pela imobilização dos cílios da traquéia pela bactéria, impedindo a eliminação do muco, que fica acumulado. A contaminação ocorre pela inalação dessa tosse dos infectados. A prevenção é a vacinação de crianças bem novas, com dois meses de idade. O tratamento é a utilização de antibióticos.
SÍFILIS:
Causada pela bactéria Treponema pallidum, é transmitida por via sexual ou da mãe para o feto durante a gestação. Essa doença tem três estágios:
1) Aparecimento do “cancro duro”, uma lesão de consistência endurecida e dolorosa nos órgãos genitais. Surge, aproximadamente, 20 dias após a contaminação.
2) Geralmente, seis a oito semanas depois do “cancro duro”, surgem lesões escamosas na pele e nas mucosas. Outros sintomas são o aparecimento de lesões nas mãos e nos pés, dores no corpo e de cabeça, febre e indisposição.
3) Pode afetar o sistema nervoso, causando distúrbios mentais, dificuldades de coordenação motora e cegueira.
O tratamento é feito com antibióticos e quanto mais cedo for diagnosticada a doença, menores as sequelas.
ANTIBIÓTICOS:
Os antibióticos atuam de diferentes formas nos micro-organismos patogênicos. Considerando os antibióticos que agem em bactérias, temos aqueles que destroem as bactérias e aqueles que evitam a sua multiplicação.
Os mecanismos de ação são variados, podendo ser citados: a inibição da síntese de RNA; a inibição da síntese de proteína; o bloqueio da replicação do DNA; a interferência na permeabilidade da membrana bacteriana, entre outros.
Podem ter dois tipos de ação: bactericida - quando matam as bactérias – ou bacteriostática - quando inibem a sua multiplicação e crescimento. Por outro lado, diferentes antibióticos funcionam contra diferentes tipos de bactérias. Os antibióticos que têm ação numa ampla gama de bactérias são chamados antibióticos de espectro de ação alargado (por exemplo, amoxicilina e gentamicina) e os que têm ação apenas em alguns tipos de bactérias são chamados antibióticos de espectro de ação estreito (por exemplo, azitromicina).
PAPEL ECOLÓGICO E ECONÔMICO DAS BACTÉRIAS:
Seria impossível o ser humano sobreviver sem a existência das bactérias. As bactérias realizam a decomposição da matéria orgânica do solo e dos oceanos (resto de alimentos e de animais, por exemplo) e são responsáveis pela liberação de elementos indispensáveis à vida. Algumas ajudam as plantas a se nutrirem, pois transformam o nitrogênio em amônio e nitratos que podem ser absorvidos pelas plantas e reorganizados para formar aminoácidos e ácidos nucleicos, que contribuem para a formação do DNA.
Há também a importância das bactérias no controle biológico de pragas. Um exemplo é a utilização do gênero Bacillus thuringensis, que ao ser inserido nas lavouras, ataca o organismo das larvas impedindo a formação de alguns insetos. É o que chamam de controle biológico ou natural. Além disso, são utilizadas para a limpeza da água e dos ambientes contaminados por resíduos químicos como pesticidas, petróleo e substâncias radioativas, como no tratamento de esgoto.
Também, ocorre o uso de bactérias na biotecnologia. Algumas espécies são imprescindíveis nas pesquisas que envolvem modificações genéticas, pois elas auxiliam no transporte dos genes para o genoma do indivíduo modificado em laboratório.
Bibliografia:
Biologia/José Mariano Amabis, Gilberto Rodrigues Martho – 4 ed. – São Paulo: Moderna, 2015.
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