O filo dos platelmintos, estas criaturas da imagem a cima, vivem em ambientes em contanto com água: marinhos, água doce e terrestres úmidos. Podem ser de vida-livre como o A da figura, uma planária, ou parasitas como o D, uma tênia. Possuem essa peculiar forma corporal achatada, da qual deriva seu nome que significa "vermes achatados". No desenvolvimento embrionário vão além dos cnidários, sendo triblásticos, porém são acelomados.
A forma achatada deles é uma adaptação evolutiva para maior facilidade de troca com o ambiente. A sua grande área de superfície permite contato direto das células com a água ao redor, como consequência as trocas gasosas e eliminação de amônia ocorre por difusão. Logo o seu sistema excretor é simples, tendo como principal função manter o balanço osmótico, esse sistema é por meio de pronefrídeos. A maioria apresenta apenas uma abertura na cavidade gastrovascular e o alimento é distribuído da cavidade as células por finas ramificações, não possuindo sistema circulatório.
Os platelmintos se ramificaram em dois principais clados, Catenulida e Rabditóforos. Sendo que o clado Catenulida é pequeno, cerca de cem espécies, vivem a maioria em água doce. A reprodução é em geral por brotamento na extremidade do progenitor, e podendo o descendente se reproduzir antes de se separar formando uma cadeia de dois a quatro indivíduos idênticos, dai o nome informal vermes em cadeia.
Já os rabditóforos são mais diversos e numerosos em espécies, podendo ser de vida livre ou parasitas, um exemplo conhecido de vida livre é as já mencionadas planárias, encontradas em água doce. Se movimentam usando cílios na superfície ventral, predam pequenos animais ou comem restos de animais mortos. Apresentam um par de ocelos, que parecem primitivos olhos, e são sensíveis a luz, além de abas laterais que detectam específicas substâncias químicas. Elas apresentam um sistema nervoso mais complexo e centralizado que os cnidários, sendo capazes de aprender respostas a estímulos. São também capazes de se reproduzir assexuadamente por fissão, se dividindo aproximadamente ao meio e cada uma das partes redesenvolvendo a parte faltando. Ou então quando em reprodução assexuada, são hermafroditas e normalmente realizam reprodução cruzada.
Dentre os parasitas temos dois subgrupos importantes, os trematódeos e as solitárias. Dentre os trematódeos abordaremos o mais notável, o esquistossomo. Parasita este que infecta milhões de pessoas e causa sintomas como dor, anemia e diarreia, e podendo causar barriga d'água.
O esquistossomo tem ciclo de vida complexo, passando por dois hospedeiros e alternando em reprodução sexuada e assexuada. Seu hospedeiro intermediário é o caramujo, e quando nós humanos entramos em contanto com a água infectado por larvas somos infectados, nos tornando hospedeiros definitivos. Dentro de nós ocorre reprodução assexuada, liberando ovos nas fezes que se desenvolvem em larvas ciliadas que infectam o caramujo e o ciclo continua dessa forma. Viver em diferente hospedeiros requer um grande adaptação para passar despercebido por dois sistemas imunológicos diferentes, eles são capazes de imitar as proteínas de superfície do sangue do hospedeiro e também libera moléculas que enganam o sistema imunológico. Com essas artimanhas são capazes de viver por muito tempo no hospedeiro. ( Basicamente o primeiro episódio de House, melhor série de todos os tempos, mas na verdade se tinha neurocisticercose( veremos logo logo...), a larva se desenvolveu em uma parte do cérebro que não causou sequelas, mas quando começou a ficar velha e morrer perdeu a capacidade de manipular o sistema imunológico, então este atacou o cérebro brutalmente causando os problemas.)
As solitárias também tem dois casos notáveis, que podem ter o homem como hospedeiro definitivo e a vaca e o porco como hospedeiros intermediários. O segundo caso é causado pela tênia solium, que por meio de ventosas e ganchos se gruda nas paredes do intestino, ela absorve os nutrientes diretamente após a digestão do hospedeiro, logo não apresentam sistema digestório. Os ovos são liberados nas fezes pelo homem e por ai o ciclo vai, no entanto quando ingerimos não a larva mas o ovo nos tornamos hospedeiro intermediário, então os ovos são capazes de perfurar as paredes do intestino, e ir com o sangue para qualquer lugar, causando outra doença, a cisticercose, que quando atinge o cérebro é chamada de neurocisticercose.
Bibliografia:
CAMPBELL; N. REECE, J.B. e cols. 2010. Biologia. Porto Alegre, Artmed Ed. S.A.C
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